Vitrais Catedral

Catedral Metropolitana de Vitória

por Nubia Potrich

por Nubia Potrich

A Catedral Metropolitana de Vitória foi erguida no exato lugar onde esteve edificada a singela matriz de Vitória, uma construção datada de meados do século XVI e reconstruída na passagem do século XVIII para o século XIX. Ela é parte do projeto de modernização cultural da capital, dominante na primeira metade do século XX. A Potrich Arquitetura foi la pra contar um pouco dessa história.

A História

Seu primeiro projeto, executado em 1913 por Paulo Motta, o mesmo que havia traçado o Parque Moscoso, segue linhas neogóticas, com fachada composta por torre única, em edifício de escala modesta. Iniciada na véspera do início do primeiro conflito mundial, a obra da catedral é paralisada em 1918, provavelmente como reflexo das restrições econômicas impostas pela
guerra. 

Sua retomada se dará apenas em 1930, agora em novo projeto, executado pelo influente construtor André Carloni, o mesmo que recentemente havia projetado e construído, na Praça Costa Pereira, o Theatro Carlos Gomes.

Um momento histórico de gosto mutante e aspirações crescentes, a Catedral de Motta deve ter parecido pouco adequada, pois, em sua nova versão, ainda que inspirada nas linhas da arquitetura gótica, sua dimensão é ampliada e sua fachada alterada e marcada pela projeção de duas torres. 

Catedral Metropolitana de Vitória

Internamente foi inaugurada em 1933, a catedral de Vitória estará definitivamente concluída apenas em 1971, após contínuas paralisações. A nova Catedral de Carloni inclui ainda outras modificações como a abertura de portas laterais, localizadas nas naves do transepto, e de um respiradouro para a cripta, e a execução da Capela do Santíssimo Sacramento e da sacristia. 

Fachada Frontal

A fachada frontal é uma composição tripartite dominada pela disposição de suas duas torres, e pela disposição centralizada da entrada principal, uma porta de verga reta e um vitral, arrematados por modenaturas ogivais.

A centralidade desse corpo é reforçada por seu coroamento em frontão triangular culminado pela imagem de Nossa Senhora Auxiliadora com o menino Jesus, e pela disposição bilateral das duas torres onde vãos ogivais apresentam terminações piramidais ricamente trabalhadas. 

Vitrais Catedral

Essa decoração se repete nas demais fachadas do edifício. Internamente, o edifício se constitui pela sequência de coro, nave, transepto, capela-mor, sacristia, e cripta, em construção erguida modernamente com a utilização da estrutura em concreto armado, empregado à maneira das pedras das catedrais góticas, e paredes preenchidas por tijolos maciços e vitrais.

A porta santa é um grande destaque desse monumento maravilhoso. Abrindo apenas em períodos de solenidades, a porta é um lugar de passagem, uma preparação para se adentrar ao templo sagrado com a simbologia cristológica que a porta é o próprio Cristo. 

A representação iconográfica da porta é a imagem da anunciação do anjo Gabriel à Virgem Maria e São Miguel Arcanjo, como defensor e amigo do homem. Ao redor da porta temos ainda, a representação da folha de acanto, que é natural do mediterrâneo. Ela nasce no inverno, permanece verde, tem espinhos e sempre supera as condições climáticas. Por isso, ela está ligada ao simbolismo da Vitória, e foi muito usada no período cultural da Grécia nos capiteis coríntios. 

Youtube Catedral Metropolitana de Vitoria

Detalhes do Interior da Catedral

Nitidamente, vemos um emolduramento dessa vegetação por toda a catedral, e entre elas observa-se uma cruz dourada, representando pois, que a nossa vitória está ligada com a vitória de Cristo.

Compondo um pouco mais essa estrutura, temos a esquerda as tábuas com os dez mandamentos, a direita temos o alfa e o ômega, e as seguintes palavras em latim: Gaudete, Dominus, Omines e Gentes, que traduzido forma a frase “O Senhor é a alegria de todas as nações.”  

Arquidiocese de Vitória ES

No presbitério destacamos o ambão (lugar da palavra), e o altar (lugar do sacrifício). Chamamos a atenção para a pomba no centro, que representa o Espírito Santo. Ao invocarmos o Espírito Santo, cujo o nome se dá por Epiclese (imposição das mãos do sacerdote ou do bispo sobre o pão e o vinho), se tornando assim, o corpo e sangue de Cristo. 

Dando continuidade ao espaço litúrgico, temos a cátedra (cadeira do bispo), acima temos o brasão do bispo e a imagem de Nossa Senhora da Alegria. Nos vitrais, encontramos a imagem do rosto de Cristo no centro do templo. Ao lado, apresenta-se de modo especial, os vitrais de São Pedro e São Paulo, os dois pilares da Igreja. 

Em aspectos litúrgicos, precisamente do lado esquerdo da cátedra, temos um mosaico que nos remete à imagem do Rei Davi e Jessé. Ao lado direito, encontramos a imagem do profeta Isaías com o Rei Salomão.

Um ponto interessante, e que nos chama muita atenção, é que a relíquia de Santa Luzia, encontra-se enterrada em frente ao altar com a certificação de comprovação de autenticidade pelo Vaticano.

Por fim, ressaltamos que a prospecção realizada para identificar a cor original da catedral, foi efetuada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, que é órgão responsável por fiscalizar patrimônios históricos tombados espalhados pelo território brasileiro, cuidando para que não haja nenhuma construção, ampliação e reforma indevida nesses monumentos.

REFERÊNCIAS

ACHIAMÉ, F. A. de Moraes; BETTARELLO, F. A. de Barros; SANCHOTENE, F. L. (org.). Catálogo de bens culturais tombados no Espírito Santo. Vitória, Conselho Estadual de Cultura / Secretaria de Estado de Educação e Cultura / Universidade Federal do Espírito Santo: Massao Ohno, 1991.
ALMEIDA, Renata Hermanny de; CAMPOS, Martha Machado;
FREITAS, José Francisco Bernardino. Método de intervenção urbana em área central: o papel da arquitetura no Centro de Vitória (ES). Relatório final (Pesquisa). Vitória, Núcleo de Estudos de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Espírito Santo, 2000.
CASTRO, Andressa Egito de. Web Vitória: divulgação da evolução urbana e da arquitetura do Centro de Vitória na internet. Monografia (Graduação). Vitória, Departamento de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade Federal do Espírito Santo, 1998.
CURBANI, Sáira Glazar. Cidade alta: uma viagem no tempo. Monografia. (Graduação). Vitória, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Espírito Santo, 2000.

ESPÍRITO SANTO (Estado). Processo de tombamento. Vitória, Conselho Estadual de Cultura, Secretaria de Estado da Cultura, nº 04, 1982.
FUNDAÇÃO JONES DOS SANTOS NEVES. Patrimônio histórico da Grande Vitória: edificações a serem preservadas em Vitória. Vitória, maio, 1978, 222 p..
PRADO, Michele Monteiro. A Modernidade e o seu retrato: imagens e representações da paisagem urbana de Vitória (1890 – 1950). Dissertação (Mestrado). Salvador, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Bahia, 2002.
ZILMO JÚNIOR, Henrique. André Carloni: vivendo a construção da cidade. Monografia (Graduação). Vitória, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Espírito Santo, 2002.

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